O Parque D. Pedro II está situado na várzea do Rio Tamanduateí, um dos mais importantes da cidade. É um espaço público simbólico, com importantes edifícios históricos e geograficamente é a ligação do centro da cidade (a colina histórica) e a zona leste. Pelo Parque D. Pedro II passa uma importante ligação viária, norte/sul, de caráter metropolitano (a Avenida do Estado) e a mais importante ligação leste/oeste da cidade. As obras viárias, do início dos anos 70, transformaram o parque num nó viário, anulando suas qualidades urbanas e suas outras funções públicas. Ali se localizam ainda uma estação de metrô, duas estações de uma linha de ônibus expresso e o maior terminal de ônibus do país.
A transformação do Parque D. Pedro II, para além de seus limites internos, tem como premissa irradiar uma requalificação urbana para os bairros do entorno. De forma resumida, o plano prevê 3 eixos de intervenção:
Sistema Viário
O projeto estende o rebaixamento da Avenida do Estado, parcialmente já definida pela prefeitura, até o final do parque (próximo a estação do metrô), possibilitando a demolição de quatro viadutos que cruzam o parque. Amplia-se assim a permeabilidade do parque, com a criação de novas travessias de pedestres e a melhoria significativa da acessibilidade local.
Transporte Público
As propostas para o sistema viário possibilitaram a reordenação dos três sistemas de transporte público existentes hoje no Parque. O projeto propõe uma estação intermodal junto à Estação Parque Dom Pedro do metrô, articulando de forma mais adequada, tanto as demandas de trocas de linhas e sistemas, como o acesso ao centro para o usuário que tem a região como destino. A nova estação se desenvolve ao redor de uma praça arborizada e sua organização oferece uma situação de mais conforto a todos os usuários.
Lagoa de retenção
Foi proposta uma lagoa no parque que desempenha diversas funções. É um elemento determinante no desenho do espaço público, de sua organização e da criação de uma paisagem urbana nova. Essa lagoa foi projetada para reter o excedente das águas de chuva, nas épocas de altos índices pluviométricos, evitando alagamentos na região. A lagoa possui um sistema de filtragem natural, através de alagados construídos (wetlands).
O Plano prevê ainda duas intervenções específicas no setor norte e oeste do Parque.
Arco Norte
O setor norte do Parque é caracterizado pela presença de importantes edifícios históricos, especialmente o Mercado Municipal (1933), o Palácio das Indústrias (1920) e a Casa das Retortas (1898). Apesar da proximidade física entre esses edifícios, o isolamento entre eles é completo, resultando num espaço urbano desarticulado. Partindo das intervenções viárias e de transporte público já definidas pelo Plano, buscou-se uma reintegração desse setor com o parque e com a própria cidade.
Foram propostos uma praça ao lado do Mercado Municipal e dois novos edifícios, SESC (Serviço Social do Comércio) e SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial), instituições que oferecem cursos profissionalizantes, atividades de lazer, esportes e cultura.
Arco Oeste
O estudo desenvolvido para o Setor Oeste do parque compreende um conjunto de nove quadras localidadas ao longo da Rua 25 de Março, entre a Ladeira General Carneiro e a Avenida Rangel Pestana.
A partir da constatação da subutilização de uma área extremamente importante da cidade a considerando o impacto das ações previstas no plano, desenvolveu-se uma estratégia de transformação urbana estruturada em ações públicas de aplicação imediata e ações complementares de curto e médio prazo associadas a iniciativas privadas.